A Ópera na Academia e na Cidade (OAC), associação cultural sem fins lucrativos, nasceu em 2018, como resultado da experiência adquirida com o projecto de larga escala ‘Ópera no Património’ (2017-19), idealizado e concretizado pelo maestro José Ferreira Lobo, com o apoio de fundos europeus. Os pressupostos deste projecto mantiveram-se válidos na nova estrutura, ou seja: levar a comunidades situadas fora dos grandes centros urbanos concertos e espectáculos operáticos de nível profissional e elevados padrões artísticos. Na prática, realizar uma efectiva descentralização cultural, conseguida a partir da itinerância como princípio operacional e visando em primeiro lugar a formação de públicos, desde o público do futuro (o escolar) até ao adulto.
Se em 2017 se contou um total de 42 eventos musicais em 10 diferentes municípios, esse número cresce em 2018 para 50 eventos em 14 municípios e para 55 eventos em 2019, distribuídos agora por 16 municípios.
Mas, tão importante quanto esta radicação nos territórios é o envolvimento de instituições e forças vivas nestas realizações, com as quais foram sendo estabelecidos protocolos de colaboração ao longo dos últimos anos: Universidade do Porto (as faculdades de Engenharia, de Economia, de Medicina, de Letras) e Federação Académica do Porto, a Universidade de Lisboa/Aula Magna e o Instituto Superior Técnico, a Universidade de Coimbra, as escolas secundárias João Gonçalves Zarco (Matosinhos) e Rainha Santa Isabel (Estremoz), o Coliseu do Porto, a Associação Nacional de Farmácias, a Secção Regional Norte da Ordem dos Médicos, a Agri-Roncão (Alijó), a Fundação Eça de Queirós, a Associação Páginas de Música, a Associação de Municípios do Douro Superior, ou o Museu Nacional Grão Vasco.
Mas ‘forças vivas’ igualmente no plano musical, no qual se contam colaborações com cerca de duas dezenas de coros e orquestras de Portugal, Espanha e Polónia, assim promovendo, seja os músicos profissionais, seja os tantos músicos amadores espalhados por coros e orfeões por este país fora.
Concertos didácticos/pedagógicos e ensaios abertos, recitais de música de câmara, concertos sinfónicos, coral-sinfónicos e, claro está, a ópera, fulcro da actividade da OAC e “servida” nos mais variados formatos: produções completas (encenadas) e com a obra integral, selecções de excertos encenados com narração, galas de ópera, antologias, ‘promenade’, etc.
A preocupação da OAC com o aspecto pedagógico da sua missão fica patente na criação de ciclos como ‘Ópera na Escola’, ‘Ópera no Douro’, ‘Iniciação ao Universo da Ópera’, ‘Ópera para Todos’, ‘Ópera na Universidade’ e ‘Concertos na Zarco’, ou ainda, mas num âmbito mais específico, os ciclos ‘Música e Física’, ‘Ópera e Química’ e ‘Diálogos entre a Engenharia e a Música’.
Sendo que em todos eles existe a vertente complementar de preverem desde o início o envolvimento e participação activa dos estudantes nos eventos, contribuindo também assim para o enriquecimento da sua formação artística e da sua educação para o trabalho colaborativo e em equipa.
Ao mesmo tempo, a OAC configura-se como plataforma para aquisição de experiência profissional a muitos cantores e instrumentistas em início de carreira, assim como proporciona oportunidades acrescidas de apresentação àqueles já estabelecidos no circuito do canto lírico, contribuindo assim activamente para suprir as carências que no nosso país se verificam ao nível das oportunidades de fazer ópera com regularidade.
Após uma fase inicial em que tiveram participação central a Orquestra do Atlântico e a Orquestra Ópera no Património, a Orquestra Ópera na Academia e na Cidade estreou-se oficialmente a 2 de Novembro de 2018, na Aula Magna (Lisboa). Um mês antes, tinha feito a sua primeira aparição o Grupo Vocal Ópera no Património, embrião do actual Coro Ópera na Academia e na Cidade, que se estreou no Coliseu do Porto, a 9 de Junho de 2021. Corporizaram-se assim os dois principais suportes artísticos deste projecto.
Reflexo, naturalmente, da pandemia, os anos de 2020 e 2021 observaram um grande decréscimo das actividades – parcialmente compensado por transmissões ‘online’ ao vivo –, mas que no corrente ano gradualmente se vem procurando retomar e repôr.
Pelo nosso lado, sempre nos move o mesmo propósito de levar a ópera e a música erudita “fora de portas”, ao encontro e para o encantamento do grande público.
Eng. José António Ferreira de Barros
Presidente
Dra. Ana Maria Leal Barros Ribeiro
Em representação de Agri-Roncão Vinícola, Lda.
Dr. Isidro Augusto Pinto Cardoso de Menezes
Prof. Dr. João Carlos Carvalho de Sá Seixas
Em representação do Instituto Superior Técnico
Presidente
Dr. José Alberto de Queirós Ramos
Em representação da Escola Secundária João
Gonçalves Zarco
Vice Presidente
Prof. Dr. Luís Manuel Ferreira de Melo
Dr. Armindo José da Cunha Abreu
Dr. António Júlio Andrade Rebelo